quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Yeda Crusius: A governadora decorativa.


Yeda Crusius é uma desgraça. Fez um governo patético e agora se despede lentamente. Esvai-se. Nada novo. Aliás, qualquer pessoa lúcida politicamente já sabia quem Yeda representava, até mesmo por quem apoiava a sua candidatura: Caudilhos, latifundiários, tucanos, ex-arenistas, empresários da Celulose. Yeda, a futura ex-governadora decorativa era a representação máxima da Direita guasca. Adulada por gente como Geraldo Alckmin e Jose Serra, foi levada nos ombros por Pedro Simon, que logo, esqueceu a derrota de seu candidato Germano Rigotto. Já na candidatura a prefeitura de Porto Alegre, em 2004, Yeda dava ares que vinha como “Front-woman” da candidatura tucana. Embrionada ainda quando, em parlamento, votava pelas privatizações de FHC. Como se vê, Yeda foi por um longo tempo, uma arraia elétrica criada em cativeiro. Só assim, alguém poderia votar em seu prometido “Choque de gestão”.

É verdade que ela tem mais carisma que seu amigo Geraldo Alckmin. Alckmin é um picolé de Chuchu. Frio, sem gosto, sem qualquer sabor. Yeda, por sua vez, mantinha a frieza até ao dizer que nunca apoiou a privatização do Banrisul, coisa que Antônio Britto sempre desejou. Durante a campanha, seu companheiro de chapa já anunciava: Privatizar o Banrisul era humanamente possível. Subiram ao palanque em dissonância. Paulo Feijó (PFL), o vice, entregava o que seria a governadora decorativa, sonhada por Simon e por Sperotto. Após a vitória, brigaram na posse, trocando farpas pela imprensa, despachando em escritórios eqüidistantes. Yeda, por sua vez, tinha uma tarefa difícil: criar e repartir cargos, já que durante a candidatura, fez alianças escabrosas. Iam para Brasilia, o ex-secretario Otávio Germano (PP) e Pedro Simon, senador pelo PMDB. Deu cargos aos aliados e ainda aumentou os destinados ao PSDB e ao PFL. Com a infantaria criada partiu para o choque de gestão, tentando eletrocutar a educação: Fechou escolas, “aposentou” professores e forçou outros do regime de 40 horas a receberem 20. Nunca, em hipótese alguma, se pensou que algum governador tivesse a coragem de fechar escolas. Para não negar seu gene, imitou o irmão tucano, José Serra: A Brigada espancou professores instalados em frente ao Piratini. Para mostrar o Estado presente, já não bastava confirmar Foucault, ao colocar barreiras de revistas de carros dentro das cidades. Passou a arrastar alunos de ensino médio e superior pelas ruas da Capital, durante uma caminhada pacifica em prol do não sucateamento da educação, em 2008. Até o jornal Zero Hora, seu aliado tradicional, estampou a foto de professores ensangüentados (tem coisas que chocam até a burguesia).

Agora, depois dos fiascos, acusada de “quadrilheira” formalmente pelo MP, Yeda passará por uma CPI. Afinal, há 2 anos, a Governadora decorativa enfrenta uma nova denuncia a cada semana. Entretanto, não baixou a guarda: O Estado não pagará os precatórios. Yeda também já propõe sua maior obra: Um protestódromo. Um local, longe do centro da cidade, sem infra-estrutura, onde os Movimentos sociais poderão se manifestar livremente. A Governadora mandou bater nos manifestantes na Borges de Medeiros: Afinal, a avenida é estratégica para o transito na Capital. Não é lugar para manifestações; Mandou bater em que estava na frente do Piratini. Lá é Palácio. Não é lugar de protestos; Mandou bater no pessoal do CPERS que se manifestou em frente a sua casa: Residência privada, mesmo em rua pública não é local para manifestações; Yeda agora terá de arcar com algum espaço para as manifestações democráticas. Detratores, já salientam que não deverá ser onde está o ex-assessor para assuntos do Estado em Brasília, Marcelo , falecido em março e que fez denuncias graves de corrupção. Os manifestantes que foram as ruas, depois que o ex-governador Marcelo Feijó gravou e divulgou acordos nada lícitos entre ele e o Rasputim do Piratini, César Busatto, também levaram uns tapas. Mesmo assim, a Dioclecianica Yeda, não perde a pose. Em tempos de cólera humana e Gripe suína entre os porcos da corrupção, o melhor é ficar em casa e não se arriscar a cair na lama. Yeda, é antes de decorativa, comprometida com a saúde. Quem fica em casa, não apanha.

Fabiano da Costa, 15 de agosto de 2009.

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