terça-feira, 4 de agosto de 2009

Divertido, mas nem tanto.


As recentes denuncias, de que o ex-prefeito de Rio Grande Janir Branco, seria responsável por um rombo de 22 milhões de reais nas contas da prefeitura, pegaram a sociedade de surpresa. Afinal, Rio Grande é uma metrópole regional, a quarta maior cidade do Estado e o município onde está situado o único porto marítimo do RS. Além da visibilidade da cidade a nível estadual, uma das credenciais para a reeleição do PMDB local, foi a bandeira do déficit zero, do investimento farto em obras de infra-estrutura e do pagamento em dia do funcionalismo. Ainda que esse mesmo blog tenha mostrado por uma enquête, e por alguns artigos a derrocada da família Branco, o poder obtido por essa dinastia ainda é enorme e sinônimo de ascendência política e grandes contingentes de votos. Agora, como Superintendente do Porto do Rio Grande, Janir, ex-deputado estadual e promessa da juventude PeMeDeBista a uma chapa majoritária em 2014, foi intimado pela Justiça a dar satisfações. E não são poucas.
Para os adversários políticos, a fase escura de Janir parece divertida. É mais uma queda na popularidade do ex-prefeito, que ao deixar a prefeitura, quase fora obrigado a ceder a poltrona à Dirceu Lopes, da Frente Popular. Entretanto, o atual rombo e o impasse, com Janir, que além de provar sua inocência, já prometeu um pomposo processo ao Jornal Agora, que teria usado o problema como arma política, encobrem um obstáculo maior: Até Branco explicar o que aconteceu, diante de um tempo considerável, a União e o Estado, podem adiar o repasse de verbas para a educação e para a saúde. A não ser que Rio Grande tenha decidido deixar de ser península e se tornar uma ilha independente da União, é melhor que tanto União, quanto tribunal de contas, Justiça e Janir cheguem a um consenso. Enquanto os adversários de Janir se divertem com a situação, e que mancha o primo e atual prefeito Fábio Branco, a cidade vive um impasse.
O Tribunal de Contas do Estado, já intimou Janir publicamente. No que consta, também há outra denúncia, não menos grave: Entre 2007 e 2008 (ano eleitoral), o endividamento da prefeitura simplesmente duplicou. A “sandice econômica” teria piorado as já existentes pendengas financeiras e seriam uma bomba na mão do próximo prefeito (no que se pode dizer, chegou a se questionar-se a vitória da oposição). As denúncias foram rechaçadas por Branco, que apoiado pela mídia AM do município, acusou o Jornal Agora de beneficio político, alegando que a noticiada dívida, não era de 18 milhões, mas sim de “apenas” 13. Em seguida, a Promotoria pública entrou com ação, alegando a dívida não ser de 18, muito menos de 13, mas dos já comentados 22 milhões de reais. Ao que consta, Janir deve dar explicações nessa semana, mas como bem citou, não foi condenado, nem sequer processado, mas sim, convocado a dar explicações (o que já é por si só, constrangedor). Para piorar, o atual prefeito, ex-prefeito e secretário durante a gestão de Janir, Fábio Branco, que arca com as dívidas do primo, não quis dar declarações. Talvez ele não esteja preocupado com as contas do município e com os repasses de verba que necessitamos. Talvez, isso não lhe afete, ou não lhe importe, por que ele é só prefeito, e em Rio Grande, as coisas parecem fadadas a serem discutidas na alçada do privado, ou pior, do familiar.

Fabiano da Costa, 03 de agosto de 2009.

8 comentários:

Everton Cosme disse...

Nessas horas, meu caro amigo, não sei nem o que falar... Resta-nos pois alimentar e fomentar este sonho quase utópico de um grande cidade governada por um governo justo e limpo. Até lá, vamos seguir combatendo essas mazelas em formas humanas que sugam o nosso dinheiro e abreviam a oportunidade de sermos felizes mesmo que por um dia.

Lidio Lima Jr disse...

Meus comentarios quanto a isso estão já postados em meus blog, mas gostaria de espor mais uma coisa. Tentar calar a imprensa é uma ofensa grave contra nosso direito de estar informado.

Anônimo disse...

Já fiz minhas declarações no blog, e para completar, diria que esses repasses de verbas já vinham sendo "mascarados" para educação e saúde - o mínimo de 25% não vinha sendo respeitado a alguns meses. Assim colega, já estamos enfrentando essa diminuição de investimento a algum tempo, só que não o sabíamos. Inclusive uma das prováveis acusações será essa tb, o não investimento desse mínimo.

um abraço e que bom que retornou, pois o mundo blogosférico andava deveras poluído.

Juliana Lira disse...

Passando pra te desejar um ótimo fim de semana!

xero

Lidio Lima Jr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lidio Lima Jr disse...

Quanto a seu último comentario em meu blog, só tenho uma coisa a dizer:" Inveja mata!" hehehehehe

Anônimo disse...

"xero"?
que tipo de gente escreve isso?

Prof. Fabio Beilfuss disse...

Digamos que o deficit era questao de tempo, e eu nao quero dar de comentarista de pos jogo, mas quem me conhce sabe da minha opiniao desde tempos "imemmoriais", kkk