terça-feira, 4 de agosto de 2009

Inverno em gramado: A experiência estética da burguesia burra e do jornalismo maquiador.

Já é tradição: Chegando o frio, Cristina Ranzolim e toda a RBS (Rede Brasil Sul), se enchem de sorrisos. Quanto mais os termômetros despencam, a equipe do “Jornal do Almoço” se enche de esperança. Na hora da previsão do tempo a pergunta é entre sorrisos simplórios “Quando teremos neve?”. A neve é para a RBS (e cheguei a essa conclusão repentinamente), uma “experiência estética”, é um estar em Paris ou Roma, sem sair de Porto Alegre. Não há explicação melhor, mais apropriada. Chega a ser deprimente. É um espetáculo cruel da imprensa incompetente, tendenciosa e sem nenhuma responsabilidade com a imparcialidade diante dos fatos. Não há nada de ruim no Estado inteiro: “Tudo está bem, quando parece estar bem”.
Um dia, o viés da simploriedade chegou a ser científico: Escutei essa frase deprimente de uma das âncoras: “O bom com esse frio todo, é ficar em casa, ao lado da lareira, tomando um bom vinho”. Quantos gaúchos podem estar inseridos nesse “modelo estético europeu” promovido pela RBS? O Estado apresenta alguns dos seus piores indicies de desenvolvimento econômico na História. Numa das edições deste “fidedigno” programa (Jornal do Almoço), após se erigirem as mais esfuziastes frases à neve durante 3 minutos, foi dito o seguinte: “Olha só, que coisa linda essa neve, não é mesmo? Mas também existem notícias ruins: Nessa noite, em Porto Alegre, um morador de rua morreu congelado em decorrência do frio. Bom, agora vamos pro intervalo”. Não, isso não é brincadeira. É sério. Será que alguém pára pra lembrar, que cada vez que a RBS alega que turistas enchem gramado (a “Terra santa” do jornaleco da Direita) enquanto a temperatura despenca, uma série de pessoas e animais vai dormir encolhida? Não se trata de criticar a neve, o frio, a chuva (que acho linda), mas sim a alienação promovida em torno de uma estética desenhada para promover o turismo, maquiar os problemas econômicos. O mínimo que se pede de um jornalista é analisar os lados de um fato. Recentemente, em uma pendenga por anúncios publicitários, a ULBRA parou de contratar os serviços da RBS. Em decorrência disso (e essa é incrível), o time da ULBRA que disputava o Gauchão 2009 sumiu. Ou melhor: Passou a ser chamado de “Canoas” para que não se veiculasse o termo “ULBRA”. Com quem estamos lidando? Um engodo jornalístico sem tamanho?
A RBS foi o primeiro grupo a se afiliar à Rede Globo. Ela conseguiu eleger vereadores (Paulo Santana), deputados (Mendes Ribeiro e Mendes Ribeiro Filho), senadores (Sérgio Zambiazi) e pasmem, governadores, sendo entre eles, dois funcionários da sua rede de jornalismo, os neo-liberais Antônio Britto e Yeda Crusius. Como se vê, não é de graça que a RBS esteja inserida em mostrar o RS das hortênsias no inverno, e das praias do literal norte no verão. Desde fatos tão dissonantes como a invasão da fazenda Anoni, em 1989, até a morte da filha do Vice-governador no inicio de 2008, vitima de um desastre automobilístico, a RBS se profissionalizou em criar, editar, copiar e colar as suas notícias. As vezes, escondendo os fatos, as vezes, maquiando o que lhe soa ruim, destacando o que lhe soa bem. Essa mistura de incompetência, aliada a um jornalismo tendencioso repercute em seus nomes de peso: Lazier Martins e Ana Amélia Lemos. Ver Ana Amélia destacando os feitos dos senhores de terra dos pampas é um desastre. É uma afronta. Um desrespeito à nossa inteligência. É dizer que podemos ser formatados a cada 24 horas. Os desmandos de Britto e a incompetência de Yeda Crusius parecem ter a mesma fonte: O poço de absurdos da Rede Brasil Sul.

Fabiano da Costa, 28 de julho de 2009.

2 comentários:

Prof. Fábio Beilfuß disse...

Pra por mais lenha na fogueira:

O jaba por parte dos hotreis da Serra nao come solto?
kkkkkkkkkkkkkk

Rosali Alves - Desenhista disse...

Fabiano:
tu sabes que essas questões eu ponho e reclamo desde 2006, acho ridiculo este patrocinio todo, e é claro que rola um jaba com disse cidadão acima.
Para quem conhece a neve em Bariloche, Gramado é uma merda.