quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Financiamento público de Campanha eleitoral: Dilma saiu na frente.


A discussão é grande: O financiamento das Campanhas eleitorais deve ser público ou não? A bancada da Esquerda na Câmara federal, em sua maioria, sustenta que isso seria a melhor maneira de frear a distância que existe entre as campanhas milionárias e as mais simples, dos partidos pequenos. Eu, de minha parte, acho que o dinheiro público não deve ser usado em campanhas eleitorais. Existem demandas mais interessantes e urgentes na sociedade. Também não nego que isso propicia o quadro atual: O PSDB e o DEM com seus milhões fornecidos pelo empresariado, enquanto os partidos nanicos não conseguem sustentar o transporte de seus candidatos. Por outro lado, evidentemente como alega a própria Direita, ter um financiamento público não afasta a possibilidade de um caixa 2 a completar a Campanha. Isso quer dizer que o financiamento público seria legalizado, mas o privado não. Me dói concordar com os tucanos, mas isso me parece lógico. Não é uma disputa entre certos e errados, mas constatações lógicas. O PSDB não quer o teto na Campanha, e eu não quero dinheiro público jogado fora. Chegamos enfim a um denominador comum.
Por outro lado, a discussão pode ter suas ponderações: Financiamento público somente para partidos pequenos não é uma má idéia. Financiamento público por outro lado, com teto de despesas e acompanhemento da Fazenda também não. O problema é que, como já foi dito, isso pesa sobre o bolso do contribuinte. Dinheiro público tem de ser investido em educação, saúde, e qualidade de vida, o que desemboca em desenvolvimento econômico e segurança pública. Além disso, essa discussão é atrasada. Em 2008, César Buzatto, chefe da Casa Civil do Governo do RS, afirmou categoricamente em gravação feita pelo Vice-Governador Paulo Feijó, que as Estatais gaúchas financiavam campanhas do PSDB e da sua base aliada na Assembléia legislativa. Obras públicas por todos os cantos, usadas a exaustão durante as eleições municipais em todo o país, são sustentadas com fundos públicos. E mais do que isso: Usar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como sustentáculo da Campanha de Dilma Roussef à presidência também é financiamento público. Alguém aí não enxergou isso? Dilma, chefe da Casa Civil do Governo Lula, bastante lúcida politicamente e mulher de História respeitável, têm sido ovacionada como candidata na inauguração de grandes obras. Por mais que eu defenda o Governo Lula em vários aspectos e simpatize com a austeridade de Dilma Roussef, não posso concordar com isso. Essa é a visibilidade que não poderíamos angariar. O Ministério Público deveria proibir inaugurações com esse contexto, em todo o país, em quaisquer situações ou períodos. A Câmara dos Deputados, por outro lado, deveria aprovar um projeto proibindo inaugurações com solenidades públicas. Isso evidentemente, jamais passaria no Congresso. Mas seria o correto. Os deputados e senadores deveriam não discutir se o financiamento público deve ou não ser legalizado, mas como ele escapa na atual legislação e sim, como deve ser coibido.
Fabiano da Costa. 18 de Fevereiro de 2009.

4 comentários:

Lidio Lima Jr disse...

Financiamento público de campanha para que? Em um país em que a compra de votos foi institucionalizada. "Se eu não "vota" na candidata do "dotô" LULA ele corta a nossa "borsa" "famia"" Financiamento público de campanha?

Anônimo disse...

Gostaria de fazer um adendo, se critica tanto o bolsa família, enquanto nos EEUU, o Obama tbm concedeu "bolsas" para as vítimas da crise!
Monasofia

Anônimo disse...

"compra de votos institucionalizada?"
Mas é logico que todos vão votar na Dilma, do contrario oque deve ser feito não será feito nunca. Graças aos ideologos da Veja e companhia que fazem a cabeça de milhões de brasileiros que querem a todo custo serem 'tão inteligentes e criticos quanto".
pior coisa que existe é esse discurso pré pronto á la Veja, que torna as pessoas umas manipuladas.
... É facil criticar o Borsa Famia, quando não se sente a diferença que é 40 contos no fim do mês...

Além do mais esses pseudoscriticos são tão bons, que não chegam nem a sindico do proprio predio.

Lidio Lima Jr disse...

Bom, posso não me eleger sindico de meu prédio, quem sabe por morar em uma casa, mas ao menos tenho capacidade de me responsabilizar pelas minhas opiniões, diferente dos anônimos.
Quanto à manipulação da Veja sobre "as massas”, me diz que "massa" que lê a Veja? Uma revista bem pouco lida, ao menos pelas “massas".
Quanto a votar na Dilma "para ela fazer o que deveria ser feito", faça-me um favor ou você é burro ou hipócrita, ela vai continuar com essa política rasteira e populista da era Lula.
Em se tratando dos "40 contos" me fazem falta sim! Se você quer me dar eles de bom grado tudo bem, mas se você prefere dar "100 contos" para o governo para ele repassar 40 para uma outra pessoa e os 60 que sobrar a Camarilha que circunda o Lula usar para se divertir, faça assim.
Por fim, respondendo a citação: "Graças aos ideólogos da Veja e companhia que fazem a cabeça de milhões de brasileiros que querem a todo custo serem 'tão inteligentes e críticos quanto”. Peço desculpas sinceras por ter uma capacidade critica inata bem maior e mais fundada que a sua e a capacidade de assumi-la. Quando tiver caráter suficiente para mostrar a cara conversamos enquanto isso aprenda a limpar a bunda antes de vir discutir algo comigo