terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Presente de despedida

Ao sair do cargo de prefeito, no último dia de mandato (30/12, já que no dia 31 não haveria expediente na prefeitura), Janir Branco, antes de passar o bastão ao primo (o eleito Fábio Branco) concedeu aumento na tarifa urbana do transporte coletivo. O que já era absurdo (R$ 1,90), agora beira o inacreditável: R$ 2,05. Ninguém sabe a equação para o calculo, mas é bom frisar que em dezembro de 2007, quando a tarifa já era de R$1,75, o promotor público alegou que havia erro (ou até mesmo fraude) no calculo e por conseqüência, aumento descabido no preço cobrado. De lá para cá, ninguém foi questionado, não houve uma CPI (que deveria ser proposta e aprovada na câmara, diante da afirmação do ministério público) e o paraíso do transporte coletivo se perpetua, com ônibus cheios, reajustes acima da inflação, oferta de horários dissonante da demanda e principalmente, silêncio total das autoridades que deveriam zelar pela população. Vale lembrar ainda que foi sob a gestão do (mesmo) Prefeito Janir Branco e do (mesmo) Secretario de transportes Enoc Guimarães, que o DATC (Departamento Autárquico dos Transportes Coletivos) foi fechado para o transporte urbano, cedendo o serviço para as empresas privadas, e logo após, em licitação, sendo os referidos trajetos, para a maior empresa do município, que detém quase 90% das linhas. Bem disse um amigo: Estamos em Sucupira. E viva os desmandos de Odorico e família Paraguaçu.

Lista de desmandos do transporte coletivo em Rio Grande (para quem gosta de história):
Julho de 1994: Entra em vigor o plano Real. A tarifa equivale a R$ 0,18, mas é reajustada para equiparar perdas do período de inflação: R$ 0,30.
1996: A tarifa chega a R$ 0,50, com reajuste de 25% do preço inicial, quando a inflação do período não somou sequer 3% em um ano.
1999: Primeiro sinal de histeria: A tarifa chega aos R$ 0,75. Motivos: Crises na Coréia, na Rússia, aumentos dos combustíveis, etc, etc, etc...
2004: A tarifa chega aos assustadores R$ 1,35. Entre os motivos alegados: o de que a manutenção dos carros, numa cidade com paralelepípedos é por demais custosa.
2005: A tarifa bate o teto em R$ 1,50. Porém a cidade já está toda asfaltada. Agora o problema é o reajuste dos combustíveis.
2007: O Promotor público alega haver fraude no cálculo do preço da tarifa. O preço de R$ 1,75, segundo ele, seria abusivo e o cálculo errado, dava maior porcentagem de lucro às empresas. Pouco tempo depois, a passagem urbana passa a custar R$ 1,90. Ninguém é indiciado.
2008: A tarifa chega a R$ 2,05 (!!!), com advertência prévia de apenas 24 horas, e sem comunicação da secretaria e das empresas aos usuários, principalmente os que estão lotando os ônibus para o Cassino na estação de veraneio, e o que não permite que ninguém adquira os passes antes do aumento. Motivos: Entre eles está o aumento do salários dos funcionários (ou seja, as empresas não devem arcar com as despesas de seus funcionários e com o aumento justo, mas sim a população).

3 comentários:

Everton "Merlin" Soares disse...

É meu amigo, a situação está caótica a tal ponto que não há uma saída coerente para revertermos essa situação. A impunidade e o silêncio adquiriram níveis estapafúrdios nessa cidade, o que me lembra muito as famílias da máfia italiana, em que através da força adquiriam o respeito. Então me ponho a perguntar: Rio Grande não tornou-se então território livre para a máfia deliberada?
Pois nos empurram tarifas absurdas goela a baixo, a empresa que monpoliza o transporte se vale de linhas não licitadas para expandir sua frota, ruas e ruas asfaltadas com orçamentos exorbitantes, além de postos de saúde precários, quando não fechados, e as ruas em estados lastimáveis durante o inverno. Me entristece muito saber que os mesmos que elegem essa corja são os mesmos que sofrem com toda falta de infraestrutura, cegos por presentinhos cedidos momentos antes das votações pelos candidatos. E pra finalizar, como bom conspiratologista que sou, na minha humilde opinião tudo se afunila em uma certa sociedade secreta em que muitos nomes importantes da cidade são membros da mesma. Meu caro, os Illuminatis estão chegando...

Anônimo disse...

bom, em Pelotas não há monopólio de linhas de ônibus, porém as empresas dividiram a cidade em 5 partes e não há licitações. Segundo um trabalhor da TURF, a desculpa para o aumento de 1,30 para 1,45 foi o aumento dos idosos usuários do transporte coletivo e segundo o mesmo trabalhador, a alguns anos atrás a empresa transportava 50 mil pessoas por dia, hoje o número aumentou para 200 mil, e esses 200 mil usuários pagando 1,30 custeavam os idosos e os que utilizam meia passagem, mas depois de aumento sucessivos, já chegamos aos 2 reais!!! sendo que o número de usuários é cada vez maior!
Em Pelotas, as empresas fizeram o acordo para que não houvesse licitações e em Rio Grande o prefeito Fábio Branco declarou apostar na continuidade do poder de sua família na cidade...
Alguém aí tem uma passagem (de navio) para as Ilhas Aleutas?

Anônimo disse...

Paguei os 2,05 no primeiro dia do aumento, desta vez não tive tempo de me revoltar, estava cansado, nos últimos aumentos falei em voz alta dentro dos coletivos sobre o absurdo, sobre o monopólio, sobre a tirania da prefeitura em relação ao transporte de pessoas.
Infelizmente, percebi que as rugas estão crescendo, não há uma outra maneira de resolver este mal a não ser tirar este bloco de sustentação do poder, chegamos perto, foi bom assusta los, mas já sabia que os primeiros dias de 2009 já seriam amargos...é a vida em Sucup...ops Rio Grande!
Alisson