sexta-feira, 25 de abril de 2008

Movimento Estudantil: Pela democracia da Mongólia!


A Mongólia ficou conhecida por ser um dos países mais fechados do mundo. O ocidente pouco sabia do que lá acontecia: Sobre o militarismo exacerbado, sobre a forte e influência do governo de Pequim, sobre a estrutura quase feudal do interior do país. A Mongólia foi o segundo país do mundo a decretar a revolução do proletariado. Mesmo contra a indicação de Lênin, que apontava a Espanha como a segunda nação a derrubar a burguesia ou a monarquia e a dar o poder aos trabalhadores, em 1922, o país decretou o Socialismo. Foram os russos brancos, aliados anteriormente a Kerensky que lá apoiaram a revolução. Passados os anos, houve uma aliança com os Bolcheviques e mais a frente, uma dependência militar e econômica com a China. É de se pensar: O que este país árido, frio e montanhoso tem em comum com o Movimento estudantil?
Quando se elegem membros para diretórios e centros acadêmicos, pressupõe-se a idéia de que este é um ato democrático. Os membros dessas entidades, ainda que sejam diretórios (eleitos por chapa) ou Centros (aclamados e assembléias), são delegados de uma classe. A eles fora delegada a função de representar os demais estudantes, assim como os sindicalistas representam os trabalhadores e em tese, os deputados deveriam representar seus eleitores. O Centro ou diretório acadêmico não é, seja qual for sua espécie de eleição, uma gestão de executivo. É na verdade, um mandato de legislação. Isso se torna mais claro ao falarmos dos Centros acadêmicos: Eles não devem “governar”, mas sim representar as propostas a si delegadas. Devem ser “democracias plenas”, abertas e participativas.
Quanto ao fator local (e me refiro a FURG – Fundação Universidade Federal do Rio Grande), deveria ser lembrado em todos os cursos, que os membros eleitos por assembléia não possuem decisões totalmente autônomas: A assembléia, seja qual for seu quorum (em 2ª chamada), deve apontar essas medidas. Tolerar a “porta fechada” ou o “vencer pelo grito”, além do aparelhismo e do fisiologismo político, aponta para um regime como o citado acima: A plena “democracia da Mongólia”. Sem citar, é claro, que a própria Mongólia obteve em sua ditadura, uma série de avanços sociais, que aqui, não cabem ser discutidos. A função do centro acadêmico não é ser uma sociedade fechada, onde os membros bradam que sua legalidade foi dada “pelo voto”. O voto, meus camaradas, elege bons, ruins e péssimos representantes. Os alunos devem cobrar, pressionar, participar do Centro acadêmico de uma universidade, mas devem também ser ouvidos, tratados com respeito e principalmente, reconhecimento e dignidade. Ou isso, ou vamos lutar por uma democracia mais evoluída, que acredite, era a da própria Mongólia!
Vale lembrar que as democracias plenas são exercidas pelos participantes de votação e assembléia: Tanto os que apontam, como os delegados a uma função são participantes eqüitativos de um projeto político. Os erros, os excessos, ou as omissões (que são comuns no corporativismo, onde um grupo simplesmente toma a frente e vota sempre junto, pela mesma causa, ocupando uma posição de liderança) não conferem com a plena democracia. Além do mais, estão todos os delegados, sujeitos a exoneração, se for entendido que a sua representação nada mais é, do que um desejo próprio de poder e vaidade. E disso, o Movimento estudantil de todas as universidades está cheio. O da FURG, em alguns cursos, até mesmo transborda.
Fabiano, 25/4/08.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom comentário Fabiano! Ficou faltando dar uma sugestão ao pessoal do CAHIS, que passe a "governar" pra todos, em vez de "jogar pra torcida". Também quero fazer uma pergunta: Alguém aí votaria no Peter pra vereador??? Recomendo que teus textos sejam menores, para facilitar a leitura.